ramiro

Ramiro curtiu a primeira segunda-feira das últimas férias na sua Gramado, onde nasceu e morou até se mudar para o Juventude, aos 11 anos. Em seu Instagram, postou uma foto em um café da cidade, cercado de amigos e com um sorriso iluminado no rosto. A legenda da foto:

 

– Iniciando a semana com bons motivos para sorrir.

Era 12 de dezembro. Um olhar mais apressado logo concluiria que a alegria na foto era pelo título da Copa do Brasil, conquistado cinco dias antes. Mas bastava cruzar a data com a alegria para perceber uma sutil flauta nos rivais colorados. O 12 de dezembro, uma segunda-feira, era o dia seguinte ao "rebaixamento day", como os gremistas batizaram a data da queda do Inter à Série B.

 

Ramiro foi polido como costuma ser no dia a dia da Arena. Trata-se de um guri bem criado, dono de ideias claras e que sabe como se posicionar. Também é assim em campo. Do alto de seu 1m69cm, parece crescer e se multiplicar. Isso porque agrega à qualidade técnica e à consciência tática uma boa dose de gremismo. O filho do seu Gilnei é tão gremista como o pai, figurinha carimbada em quase todas as viagens do Grêmio, entrevista quase obrigatória das rádios antes dos jogos e presença assídua nas reportagens de Zero Hora.

 

O álbum dos Benetti conta com dezenas de fotos de Ramiro com a camisa do Grêmio. Não de hoje, como titular e ídolo da torcida, mas ainda guri, envergando réplicas da camisa das conquistas do bi da América e do bi do Brasileirão.

 

– Quando era piá, não tinha camisa de super-herói, era só do Grêmio mesmo – contou o volante em entrevista à RBS TV.

 

Ramiro cresceu (não muito, é verdade) e virou um dos ídolos do time pelo qual torce. Talvez porque leve o gremismo para campo. É comum vê-lo discutindo com veemência com os árbitros, lutando pela bola com disposição incomum e disputando cada partida pelo Grêmio como se fosse a última. É sanguíneo, como ele mesmo disse na mesma entrevista à RBS TV, um torcedor em campo. Fora dele, mantém vivo o torcedor. Mas sem subir o tom, agindo com sutileza e uma inteligência que lembra o jogador tático resgatado por Renato Portaluppi para ser o ponto de equilíbrio do meio-campo.