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No dia 17 de novembro de 2016, Cortez embarcava no Japão de volta ao Brasil. Havia passado dois anos vestindo a camisa alaranjada do Albirex Niigata, um figurante na J-League, e decidiu que era o momento de retornar para casa. A certeza era reforçada por dois motivos indiscutíveis. O primeiro, a gravidez da mulher. O segundo, o desejo de voltar a competir com chances de ganhar títulos.

Cortez desembarcou no Rio de Janeiro e esperou o telefone tocar. Havia seis meses mais de contrato com o São Paulo, mas ninguém no Morumbi dificultaria sua liberação. Só que dois anos no Brasil é tempo suficiente para brotar novos laterais e novos nomes no mercado. E as duas temporadas no Japão tinha feito com que o nome de Bruno Cortez desbotasse nas agendas de agentes, dirigentes e técnicos.

 

Dias depois do Révellion, o telefone de Cortez, enfim, tocou. Era o Náutico, com oferta para o Pernambucano e a Série B. Pouco atraente, mas melhor do que nada. O lateral-esquerdo literalmente havia arrumado as malas e esperava apenas o sinal verde do clube para se apresentar em Recife. Nem imaginava que, no vestiário da Arena, o lateral Léo Moura e o volante Maicon engendravam um plano que daria uma guinada em sua vida.

 

Os dois cariocas tomaram conhecimento da disponibilidade do antigo rival nos tempos de Botafogo. Sabiam que o Grêmio buscava um reserva para Marcelo Oliveira e procuraram Renato.

 

– Por que não tenta o Cortez?

 

O auxiliar Alexandre Mendes, outro carioca, engrossou o coro por Cortez. Renato referendou o nome e, no dia 28 de janeiro, um sábado como este da final do Mundial, o lateral foi apresentado. Assinou o contrato de sua vida, afinal fecha 2017 como titular, campeão da América e de encontro marcado com Gareth Bale. E dizer que ele estava de malas prontas para embarcar numa roubada. Em 2017, o Náutico atrasou salários, teve greve de jogadores e despencou para a Série C.