marcelo grohe

Uma tonelada mais leve. E um quilômetro de sorriso no rosto. Assim estava Marcelo Grohe em dezembro de 2016. Nenhum dos jogadores do grupo campeão da Copa do Brasil havia sentido tão na carne os 15 anos sem títulos como o goleiro. Ele desembarcou adolescente no Olímpico em 2000, viu o Grêmio ser campeão da Copa do Brasil no ano seguinte e, depois, encarou o mais longo inverno da história do clube. Por isso, a conquista do Penta tinha um valor diferenciado para Grohe.

 

O peso de uma tonelada, ele havia retirado de suas costas dois meses antes. Foi contra o Atlético-PR, pelas oitavas de final. O goleiro havia falhado no gol dos paranaenses no tempo normal, mas se multiplicado na decisão por pênaltis. Defendeu três e chorou sob as traves com a classificação. Chorou muito mais ainda no vestiário. Ao ponto de companheiros repreenderem quem ensaiava consolá-lo:

 

– Deixa chorar, faz bem.

 

Grohe diz que, naquela noite, esvaziou o coração. Colocou para fora os traços de mágoa com as dúvidas de setores da torcida e da imprensa. O Grêmio vinha cambaleante e o arrastava junto. Tanto que, em setembro, Tite havia justificado sua ausência na convocação pelo mau momento do time. Hoje, parece meme, mas Grohe tinha perdido u o lugar na Seleção para Muralha. O pranto no vestiário foi renovador. Fechou um capítulo da sua história no clube. E um novo se abriu com o título da Copa do Brasil. A confiança elevou-se tanto que o goleiro foi premonitório numa entrevista a ZH, concedida em dia 9 de dezembro de 2016:

 

– As coisas, a partir de agora, vão ficar mais leves. Se Deus quiser, vamos ganhar mais títulos.

 

Foi assim mesmo, no plural. a Libertadores já está na Arena. Falta, agora, o Mundial.