Questionado pela TV Grêmio como se definiria em uma palavra, Everton foi direto como costuma ser em campo, quando corta para dentro e chuta de pé direito:

 

– Talismã.

 

Everton ganhou o direito de se definir assim no final de 2016. O Penta da Copa do Brasil passou pelos seus pés. Contra o Palmeiras, ele empatou o jogo e garantiu o 1 a 1 e a vaga na semifinal. No jogo de ida da final, quando o Atlético-MG buscava de forma ameaçadora o empate, foi dele o gol do 3 a 1, o do alívio e do título.

 

Se pudesse escalar 12 jogadores em campo, podem ficar certos de que Everton seria chamado. É ao cearense de Maracanaú que Renato sempre recorre nos momentos de aperto. Foi assim no Mundial. O guri buscado no Fortaleza com 16 anos entrou e decidiu o espinhoso jogo com o Pachuca. Ao seu estilo, em alta velocidade e com chute potente.

 

Tem sido assim desde guri. Em Maracanaú, Everton conta que havia uma jogada letal do seu time. A execução era simples: um chutão para a frente e correria do atacante magrelo que hoje brilha no Grêmio. Apesar de manter-se em alta desde o final de 2016, falta para Everton ainda um passo definitivo, aquele que o colocará como titular do time.

 

Faz tempo que ele vacila nesse momento decisivo. Quando Pedro Rocha saiu para o Spartak Moscou, imaginou-se que a vaga seria dele. Quando Fernandinho fraquejou, o guri também patinou. Aos 21 anos, parece fechar 2016 pronto para dar esse passo definitivo e, enfim, afirmar-se de vez no Grêmio. Enquanto isso não se confirma, Everton mantém com gols o posto de talismã. Que também lhe cai bem. Aliás, não é sem razão que tatuou no pescoço a palavra "blessed", abençoado na tradução para o português.

everton