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Projeto Renascença Destino dos moradores Ilhota No ponto em que recebia as águas do Arroio Cascatinha, o Arroio Dilúvio formava uma barriga saliente, em curva tão sinuosa que quase fechava um círculo. Faltava pouco para a porção de terra formar uma ilha. Em razão das frequentes cheias, para facilitar o fluxo do córrego, a prefeitura abriu um pequeno canal, que transformou o local efetivamente em uma ilhota. Mas se foi pela mão do homem que o acidente geográfico nasceu, foi também pela intervenção humana que morreu. Com a retificação do Dilúvio, as curvas do arroio foram aterradas e o terreno deixou de ser uma pequena ilha. Mais tarde, a comunidade que preservava o nome e a cultura do local, tive que se mudar, apagando os últimos traços da antiga área. A Ilhota, que foi um centro da comunidade negra da Capital, ocupava o terreno que, hoje, vai da Praça Garibaldi (na esquina das avenidas Venâncio Aires e Erico Verissimo) até a Avenida Ipiranga. Pesquisa e infografia Carlos Garcia Trajeto antigodo Arroio Dilúvio,que também erachamado de Riacho As obras de retificação e canalização dos arroios Dilúvio e Cascatinha tiveram início em 1941 e se estenderam por quase 20 anos, sendo finalizadas em 1959. Mesmo com os córregos já aterrados, após a obra do Dilúvio, a região continunou sendo chamada de Ilhota. Com as obras de reurbanização, os habitantes das modestas casas da Ilhota foram transferidos, em sua maioria, para a Restinga. Como o projeto chamado Restinga Nova ainda estava em construção, as pessoas foram assentadas temporariamente na Restinga Velha. Moradores afirmavam que o local ficava no meio do mato, sem a mínima infraestrutura, como fornecimento de água e luz, e o transporte para a região central A área da antiga ilhota abriga o Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues, inaugurado em 1978 e batizado em homenagem ao compositor nascido na comunidade. O espaço conta com salas de teatro, área para exposições e biblioteca. O Ginásio Municipal Osmar Fortes Barcellos, popularmente chamado de Tesourinha, é uma cancha poliesportiva, inaugurada em 1988, com o nome do atleta ilustre da Ilhota. A capacidade é de 6 mil lugares. Quando a intervenção no Riacho começou, já se tinha interesse em reurbanizar toda aquela localidade. Entre as décadas de 1940 e 1960, a prefeitura iniciou algumas tentativas de realocar os moradores da área. Ligada ao samba e ao carnaval, a comunidade era um referência cultural da cidade. Antes da retificação, o Arroio Dilúvio corria em direção ao Centro e, antes de desaguar no Guaíba, passava pela Ponte de Pedra. Arroio Cascatinha, hoje canalizado Av.Erico Verissimo Av.Getúlio Vargas Antes do aterro, a orla do Guaíbaera acompanhadapelo traçado daAv. Praia de Belas Em 1905, a prefeitura abriu um pequeno canal no trecho onde dois braços do Dilúvio quase se encontravam. A obra, feita para escoar melhor a água devido aos recorrentes alagamentos no local, formou efetivamente a ilhota. A Arlindo era a principal rua daIlhota. Ficavapróxima de onde hoje é a Avenida Erico Verissimo Mas o que significou a extinção da comunidade local foi o início do projeto Renascença, em 1975, que visava a qualificação urbanística nos bairros Menino Deus, Praia de Belas e Azenha, com intervenções como a abertura das avenidas Erico Verissimo e Aureliano de Figueiredo Pinto e a criação do Parque Marinha do Brasil. O cantor e compositor Lupicínio Rodrigues nasceu no bairro em 1914 e morou por muitos anos no local. Ilhota Cerca de18km dedistância Restinga Tesourinha foi outro ilustre morador da Ilhota. O atacante, que se consagrou no Inter nos anos 40, nasceu em 1921. Embora não estivesse propriamente dentro da Ilhota, o Campo da Rua Arlindo faz parte da história da região. Foi naquele gramado que o Inter realizou os seus primeiros treinos, em 1909, e onde o Grêmio disputou partidas válidas pelo campeonato citadino. Mais tarde, foi palco dos jogos da Liga Nacional de Futebol Porto-Alegrense (LNFP), que posteriormente, se popularizou com o apelido de Liga das Canelas Pretas.

Lupicínio Rodrigues (1914-1974)

Imortalizado na história do Grêmio ao compor o hino do clube do coração, Lupicínio Rodrigues nasceu no bairro em 1914 e morou por muitos anos no local. Cantor e compositor cantou a melancolia e os amores perdidos. Na data que marcou os 110 anos do seu nascimento, Zero Hora publicou o material especial 50 anos sem Lupi, que recupera facetas do seu legado

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Tesourinha (1921-1979)

Tesourinha, que brilhou, nos campos com seus dribles e gols, foi outro ilustre morador da Ilhota. O atacante, que se consagrou no Inter nos anos 40, quando fez parte do Rolo Compressor, nasceu em 1921. Saiba mais sobre o craque em reportagem de Zero Hora que relembra os personagens negros da história da dupla gre-nal

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