Os projetos em desenvolvimento
Veja os principais empreendimentos de mineração em busca de licença para começar a operar no Estado
(clique nas cidades para ler sobre o empreendimento)
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Fosfato Três Estradas
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Empreendimento: extração e beneficiamento do minério de fosfato para produção de matéria-prima para a indústria de fertilizantes e de corretivo agrícola. A operação da empresa Águia Fertilizantes pode chegar a 50 anos.
Localização: Lavras do Sul.
Investimento previsto: R$ 200 milhões.
Empregos diretos: 700 na implantação e 323 na operação.
Estágio: busca licença prévia da Fepam, para depois buscar as licenças de instalação (para começo de obra) e de operação.
Foi realizada uma audiência pública no dia 20 de março, e a Fepam encaminhou outras 30 perguntas para a empresa a fim de sanar dúvidas – já respondidas.
Preocupação ambiental: o estudo ambiental prevê a instalação de uma barragem de rejeitos e de calcário excedente. Essa barragem seria do tipo a jusante (cresce apenas sobre ela mesma, mais estável) e não a montante (como eram as de Brumadinho ou Mariana, nas quais as barreiras aumentam sobre o próprio rejeito,
o que é menos seguro). A empresa argumenta que o calcário será retirado ao longo
dos anos, reduzindo progressivamente o volume da barragem.
Projeto Retiro
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Empreendimento: extração de titânio (utilizado principalmente na produção de pigmentos) e zircônio (matéria-prima
para a indústria cerâmica) ao longo de
21 anos. A empresa responsável é a Rio
Grande Mineração (RGM).
Localização: São José do Norte.
Investimento previsto: R$ 800 milhões.
Empregos diretos: 1,5 mil na instalação e 350 durante a operação.
Estágio: já recebeu Licença Prévia (admite a possibilidade de um empreendimento se instalar em uma determinada área),
mas ainda não entrou com pedido para licença de instalação (para início de obra).
No momento, estão sendo feitos estudos mais detalhados de engenharia.
Preocupação ambiental: o Ministério Público Federal tenta suspender a concessão da licença prévia por razões como o fato de o empreendimento se localizar em "ambiente muito frágil, de baixa resiliência e alta vulnerabilidade a lesões de grande magnitude, onde vivem espécies ameaçadas de extinção". Não prevê barragem.
O material não utilizado deve ser usado para recompor as áreas já lavradas.
Projeto Caçapava do Sul
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Empreendimento: instalação de uma mina a céu aberto para extração de zinco, chumbo e cobre sob responsabilidade da empresa Nexa Resources (ex-Votorantim Metais). A vida útil da mina é estimada em 20 anos.
Localização: Caçapava do Sul.
Investimento previsto: R$ 371 milhões*
Empregos diretos: 450 na operação (não foi informado na instalação)
Estágio: a empresa busca licença prévia para depois buscar as licenças de instalação (que autoriza obras) e de operação para início das atividades. Foram realizadas audiências públicas em municípios da região como Caçapava do Sul, Santana da Boa Vista, Bagé e Pinheiro Machado. No momento, a empresa realiza estudos complementares solicitados pela Fepam.
Preocupação ambiental: moradores e ambientalistas temem a descaracterização do ambiente e o risco de contaminação com materiais como chumbo na região, incluindo o Rio Camaquã – localizado a menos de um quilômetro. O projeto não prevê barragem, mas empilhamento de rejeitos a seco. Essas pilhas devem ser impermeabilizadas e contar com drenos para captar a água da chuva, que será reutilizada. A empresa argumenta que as pilhas "foram projetadas de forma a interagir com a topografia local".
Mina Guaíba
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Empreendimento: mina de carvão, areia e cascalho da empresa Copelmi com previsão de se manter em operação por 23 a 30 anos.
As reservas de carvão são estimadas em
166 milhões de toneladas.
Localização: Charqueadas e
Eldorado do Sul.
Investimento previsto: R$ 600 milhões.
Empregos diretos: 331 na implantação e 1.154 na operação
Estágio: está em processo para obtenção de licença prévia na Fepam. Depois disso, ainda é necessário obter licença de instalação (que autoriza início das obras) e de operação (começo da atividade). Já foi realizada uma audiência pública em Charqueadas e outra deverá ser feita em Eldorado.
Preocupação ambiental: ficaria localizada a 535 metros do Parque Estadual
Delta do Jacuí e a 240 metros de área de preservação ambiental (e pouco mais de
1,5 quilômetro do próprio Rio Jacuí). Não prevê barragem de rejeitos, mas a deposição desses materiais no fundo das próprias cavas abertas para extrair o carvão.