Linha do tempo
1991
Prefeitura lança projeto Caminho do Porto, visando a transformar parte do Cais Mauá em centro gastronômico e cultural
1998
Lançado um novo projeto, o Porto dos Casais, com centro de compras, marina, hotéis, restaurantes, casa noturna, teatro e sede para a Ospa
2000
Estado estuda outro projeto chamado Complexo Industrial Cais de Cinema, com estúdios, cinemateca e centro audiovisual
2004
Lançado plano denominado Revitalização do Cais Mauá, mas não sai do papel por causa de divergências entre prefeitura da Capital e o Estado
Julho de 2008
É apresentado um novo projeto de revitalização. Entre as propostas, armazéns com paredes de vidros, rebaixamento do muro da Mauá coberto por cortina de água, passarelas sobre a via para acesso ao cais e trem elétrico percorrendo a área sem custo para passageiro, são suprimidas do contrato
Julho de 2010
Governo do Estado lança o edital Nº 001/2010 para empresas se habilitarem à revitalização do Cais Mauá
Outubro de 2010
Apenas um grupo se candidata a participar do edital, o consórcio Porto Cais Mauá do Brasil, que depois passa a ser chamado de Cais Mauá do Brasil (CMB), formado por quatro empresas espanholas, donas de 90% das ações, e a Contern, de São Paulo, com os 10% restantes. Mario Rache Freitas, ex-diretor da Corsan, é presidente do consórcio
Novembro de 2010
É assinado contrato de arrendamento entre o Estado e a CMB. O consórcio será responsável pela revitalização do cais, com direito a explorar comercialmente o espaço, pagando R$ 2,5 milhões anuais ao Estado ou o equivalente a 1,7% sobre a receita bruta mensal, a partir do quarto ano de contrato (o que for maior). Nos três primeiros, a CMB pagará apenas 10% do valor anual. Ao final de 25 anos, devolverá a área com as benfeitorias
Dezembro de 2010
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) entra com ação no STF, sob argumento de que a exploração de portos marítimos é de competência da União, pleiteando ajuste do contrato à legislação portuária
Novembro de 2011
Após acordo com a Antaq, Estado entrega posse da área à CMB em solenidade à beira do Guaíba. A estimativa é começar as obras em março de 2012
Janeiro de 2012
CMB adia início das obras, alegando crise financeira na Europa
Outubro de 2012
Após assinaturas de três termos aditivos que suspenderam prazos e alteraram o contrato para incluir o acompanhamento da Antaq, o valor do arrendamento é elevado para R$ 3 milhões anuais ou o equivalente a 1,95% sobre a receita operacional bruta mensal (o que for maior)
Novembro de 2012
Muda a composição acionária da CMB. A GSS Holding (formada por duas empresas espanholas) se torna dona de 87,78% das ações, a Contern segue com 10%, e o Fundo de Investimento Imobiliário RSB, representando pela gestora de fundos NSG Capital, tem 2,22% das ações. É criado o Fundo de Investimento em Participação Cais Mauá para captar recursos para as obras
Fevereiro de 2013
Controladoria e Auditoria Geral do Estado sugere aplicação de multa ou rescisão do contrato de arrendamento por descumprimento, entre outras questões, de prazos para apresentar carta de estruturação financeira
Junho de 2013
Estado anuncia a emissão de ordem de início de obras. A prefeitura de Porto Alegre emite licença para restauração de armazéns e publica anúncio destacando o começo da revitalização do Cais Mauá
Julho de 2013
Governo do Estado adverte que projeto executivo não foi entregue e que o Fundo de Investimento Imobiliário, indicado como garantidor das obras, não comprovou ter R$ 400 milhões, dispondo de R$ 19,7 milhões
Agosto de 2013
Após renúncia de Mario Freitas, a CMB tem o segundo presidente, o ex-prefeito de Santa Maria do Herval Ademir Schneider (PSDB)
Novembro de 2013
Schneider anuncia que obras de restauração de 11 armazéns deverão estar prontas entre maio e junho, antes da Copa do Mundo de 2014
Dezembro de 2013
Schneider renuncia à presidência da CMB. O executivo carioca André Verçosa Albuquerque é o terceiro a comandar a CMB. Chega a Justiça primeira de cinco ações de cobrança de dívidas por serviços prestados por fornecedores e não pagos pela CMB
Fevereiro de 2014
Prefeitura da Capital emite licença para intervenções e reformas internas em parte dos armazéns. Conforme a CMB, os armazéns A e B e o Pórtico Central estarão prontos para uso durante a Copa do Mundo, e os demais, concluídos até 2015. O custo será de R$ 150 milhões, metade já captados
Setembro de 2014
JA CMB tem o quarto presidente. Julia Vassalo Maia da Costa assume a CMB após renúncia de André Albuquerque. Ela é namorada de Luiz Eduardo Franco Abreu, presidente da NSG Capital, administradora do FIP Cais Mauá
Outubro de 2014
Relatório do TCE aponta irregularidades na execução do projeto como desatendimento de prazo de apresentação de garantias contratuais e a falta da carta de estruturação financeira por parte da CMB
Abril de 2015
A CMB tem a terceira formação societária. A GSS Holding Ltda tem 51% das ações, o FIP Cais Mauá, 39% e a Contern, 10%
Setembro de 2015
Justiça aprecia primeira de quatro ações movidas por ativistas, entidades de ambientalistas e de arquitetos contrários ao projeto, contestando a validade do contrato e a legislação municipal que autoriza a obra
Dezembro de 2015
Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental é apresentado pela CMB à prefeitura da Capital. Procuradoria-geral do Estado aceita pedido da CMB para suspender temporariamente (a contar de abril) pagamento do arrendamento por causa de entraves burocráticos alheios a usa vontade
Março de 2016
Relatório de Grupo de Trabalho elaborado pelo governo José Ivo Sartori sugere a supressão do contrato da exigência de a CMB apresentar garantia de R$ 400 milhões para obras avalizada por instituição financeira. A cláusula é considerada "inócua" por deixar a critério do consórcio apresentar tal operação de crédito. Propostas mais ousadas do projeto original são suprimidas com aval da prefeitura da Capital
Dezembro de 2017
Em solenidade com presença de autoridades políticas do Estado, o prefeito Nelson Marchezan entrega à CMB licença de Instalação para início da primeira etapa das obras, o restauro de 11 armazéns e construção de 10 praças
Fevereiro de 2018
A CMB chega à quarta formação societária. O FIP Cais Mauá tem 88,17% das ações, a GSS Holding, 9,89% e a Contern 1,94%. A NSG Capital se retira da administração do FIP Cais Mauá, e Julia Vassalo Maia Costa deixa a presidência da CMB. A Reag Investimentos assume a administração do FIP Cais Mauá
Março de 2018
Balanço patrimonial de 2017 revela prejuízo de R$ 50,9 milhões desde a abertura da CMB. O executivo paulista Vicente Criscio, o quinto presidente, assume a CMB. O governador José Ivo Sartori assina autorização para início de obras da revitalização. Começa o cercamento e a descontaminação da área que armazenava produtos nocivos à saúde como agrotóxicos, fertilizantes e óleos
Abril de 2018
Polícia Federal deflagra Operação Gatekeepers com buscas na sede da CMB, em endereços ligados à NSG, no Rio de Janeiro, e a um antigo dirigente do consórcio, em Porto Alegre. A operação apura suposto desvio de dinheiro da CMB e do FIP Cais Mauá entre 2015 e 2017, resultando em bloqueio judicial de dinheiro do consórcio, de ex-dirigente e do FIP
Maio de 2018
A Reag Investimentos renuncia a administração do FIP Cais Mauá, e Vicente Criscio deixa o comando da CMB
Junho de 2018
O controle do FIP Cais Mauá passa para a terceira administradora. É a gestora de recursos LAD Capital, especializada em trabalhar com fundos estressados (com dificuldades de captação de recursos)
Outubro de 2018
O administrador Eduardo Luzardo assume o comando da CMB, o sexto presidente do consórcio em oito anos. É anunciado para março "um aperitivo" da revitalização em uma estrutura provisória de 40 mil metros quadrados com estacionamento, espaço para lazer e gastronomia junto à Usina do Gasômetro, o Cais Embarcadero, considerado o Marco Zero da revitalização
Fevereiro de 2019
A prefeitura de Porto Alegre e a CMB anunciam a abertura do Cais Embarcadero para 26 de março, data do aniversário da Capital, mas a proposta é adiada
Abril de 2019
Apresentado projeto Cais Embarcadero, previsto para operar a partir de setembro, com objetivo de dar visibilidade ao cais e atrair novos investidores para a revitalização. TCE nega terceiro pedido do Ministério Público de Contas para impedir obras consideradas irreversíveis, até a apresentação de garantias bancárias para a revitalização. Grupo de trabalho da Secretaria de Logística e Transportes aponta dívida de R$ 5,3 milhões da CMB com arrendamento da área e descumprimento de cláusulas do contrato e sugere a rescisão de contrato com a CMB ao governador Eduardo Leite, que avalia o caso