TEXTOS
Rodrigo Oliveira
EDIÇÃO
André Baibich
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BRUNNO LORENZONI
Começa neste sábado o ensaio geral para a Copa do Mundo. A Rússia recebe o que pode ser a última edição da Copa das Confederações, já que a Fifa considera a possibilidade de extinguir o torneio. A despedida não tem o mesmo glamour de outros anos: a Alemanha é a única campeã do mundo entre os participantes e ainda vai sem suas principais estrelas. Mesmo assim, há Cristiano Ronaldo, Chicharito e Alexis Sánchez entre as atrações da competição. Confira como jogam as seleções que buscam o título a partir deste sábado (17).
RÚSSIA
(seleção anfitriã)
PORTUGAL
(vencedor da Euro)
MÉXICO
(campeão da Concacaf)
NOVA ZELÂNDIA
(campeão da Oceania)
1ª rodada
17/6 São Petesburgo
12h - Rússia x NOVA Zelândia
18/6 Kazan
12h - Portugal x México
2ª rodada
21/6 Moscou
12h - Rússia x Portugal
21/6 Sochi
15h - México x NOVA Zelândia
3ª rodada
24/6 Kazan
12h - México x Rússia
24/6 São Petersburgo
12h - NOVA Zelândia x Portugal
Atual melhor do mundo, vive o melhor momento da carreira.
Fernando Santos, 62 anos
Está desde 2014, após a Copa. Ganhou a Euro. Treinou a Grécia entre 2010 e 2014.
Portugal joga muito pelos lados do campo. A equipe valoriza a posse da bola contra times mais fracos e atua mais no contra-ataque contra seleções mais fortes.
A presença de Cristiano Ronaldo desequilibrando no ataque, em parceria com jogadores de qualidade na armação, como João Mário e Bernardo Silva.
A defesa é composta por zagueiros lentos e já veteranos.
Bernardo Silva, 22 anos (Manchester City)
Destaque do excelente time do Monaco nesta temporada, foi adquirido pelo Manchester City
Cristiano Ronaldo, 32 anos (Real Madrid)
Com nove gols, é o artilheiro das Eliminatórias europeias.
Está em segundo lugar no Grupo B, atrás da Suíça, com quatro vitórias e uma derrota. Hoje, disputaria a repescagem.
Foi campeão da Euro 2016.
Portugal joga muito pelas alas, com o objetivo de encontrar, principalmente, Cristiano Ronaldo. O time tem jogadores muito fortes fisicamente no meio-campo, como William Carvalho, André Gomes e João Mário.
Pedro Ponte, do jornal Record, de Lisboa
Favorito
Stanislav Cherchesov, 53 anos
Ex-goleiro da Rússia nas Copas de 1994 e 2002. Como técnico, melhor momento foi no futebol polonês, comandando o Legia Varsóvia. Treinou clubes russos, como Terek Grosny, Spartak Moscou e Dinamo Moscou. Assumiu o cargo em agosto de 2016.
O time é pragmático e defensivo. Devido à falta de qualidade técnica, valoriza um futebol simples e objetivo.
O fator local. Jogar em casa, diante do torcedor, é o que pode reverter as poucas perspectivas de uma boa campanha do time russo.
A seleção russa tem no momento uma das piores gerações da sua história no quesito qualidade técnica. Para piorar, os melhores jogadores, Mário Fernandes e Dzagoev, se lesionaram e ficaram fora do torneio.
Fyodor Somolov, 27 anos (Krasnodar)
É um dos jogadores com mais recurso do grupo. Pelo Krasnodar, marcou 25 gols em 31 jogos na última temporada.
Denis Glushakov, 30 anos (Spartak Moscou)
Ao lado do goleiro Akinfeev e do lateral Zhikov, é um dos jogadores mais experientes do grupo da Rússia. Foi campeão russo pelo Spartak nesta temporada.
Fyodor Somolov, 27 anos (Krasnodar)
Foi artilheiro do Campeonato Russo nas duas últimas temporadas.
Não disputa por ser o país-sede.
Por ser o país-sede.
A principal surpresa é a ausência de três atletas que, há dois anos, na Euro, eram considerados líderes do elenco: Kokorin, Mamaev e Shatov. A geração é fraca, de uma forma geral. É um dos piores grupos da história. É triste, mas é a verdade.
Dimity Zelenov, do jornal Sport Express, de Moscou
Figurante
Anthony Hudson, 36 anos
Apesar de jovem, o norte-americano já tem nove anos de carreira como treinador e está desde 2014 no comando da Nova Zelândia.
Sem a bola, os alas recuam formando um 5-3-2. As principais jogadas são o contra-ataque e o lançamento para a grande área.
A presença do centroavante Chris Wood, capitão da equipe e que vive em excelente fase no Leeds United, no futebol inglês.
Além da inexperiência internacional da maioria dos atletas, o ataque da Nova Zelândia, mesmo contra os times mais fracos da Oceania, vem tendo dificuldades de marcar gols.
Chris Wood, 25 anos (Leeds United-ING)
É o capitão do time. Com 1m91cm, é uma alternativa para a bola aérea. Vive ótima fase no Leeds United, tendo marcado 30 gols na última temporada.
Ryan Thomas, 22 anos (PEC Zwolle-HOL)
O meia-atacante é um dos destaques do futebol holandês, atuando pelo PEC Zwolle.
Chris Wood, 25 anos (Leeds United-ING)
Com cinco gols, é o vice-artilheiro das eliminatórias da Oceania
Está na final das Eliminatórias da Oceania, contra um adversário ainda indefinido. Se vencer, ainda enfrentará um time da América do Sul na repescagem.
Foi campeã da Copa das Nações da Oceania em 2016.
Infelizmente, o melhor jogador, o zagueiro Winston Reid, do West Ham, está machucado. O técnico declarou que quer um estilo ofensivo e com posse de bola, mas contra adversários tão superiores, as chances de que consiga isso são pequenas.
Jason Pine, narrador da Sky Sports, na Nova Zelândia
Figurante
Ex-Manchester United, o atual atacante do Bayer Leverkusen é o atleta com maior renome internacional.
Juan Carlos Osorio, 55 anos
Mesmo após uma humilhante derrota por 7 a 0 para o Chile, na Copa América Centenário, o colombiano, ex-São Paulo, se manteve no cargo e se recuperou após vitórias importantes nas Eliminatórias.
Osorio muda muito a maneira de jogar de acordo com o adversário. O esquema base é o 4-3-3. Dependendo do jogo, no entanto, o treinador pode escalar jogadores mais técnicos ou marcadores. Às vezes, escala uma linha de cinco defensores.
O ataque tem muitas opções de qualidade. Não há lugar para todos. Além de Chicharito, atletas como Carlos Vela, Raul Gimenez, Oribe Peralta e Jesus Corona impõem dificuldade para qualquer defesa.
A defesa ainda não passa a mesma segurança do ataque. Osorio troca muito os atletas daquele setor. Tanto que, aos 38 anos, o veterano Rafa Marquez, ex-Barcelona, segue no grupo.
Hector Herrera, 27 anos (Porto)
O meia do Porto é fundamental na criação de jogadas da equipe. Ele é um dos remanescentes da geração medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
Jesus Corona, 24 anos (Porto)
Mesmo sem ser titular absoluto, o atacante do Porto é o artilheiro do México nas Eliminatórias da Concacaf, com três gols.
Lidera o hexagonal final, com dez pontos, três vitórias e um empate. Está na frente de Costa Rica, Panamá e Estados Unidos.
Foi campeão da Copa Ouro da Concacaf, em 2015.
Osorio é muito criticado por não ter uma escalação fixa. Até o goleiro ele costuma mudar. Dependendo do rival, troca vários jogadores. Mesmo assim, o treinador conseguiu triunfos históricos, como vencer os Estados Unidos e Honduras fora.
Adriana Terrazas, jornalista da ESPN no México
Corre por fora
Alemanha
(campeã mundial)
AUSTRÁLIA
(campeã asiática)
CAMARÕES
(campeão africano)
CHILE
(campeão da copa américa)
1ª rodada
18/6 Moscou
19/6 Sochi
15h - Camarões x Chile
12h - Austrália x Alemanha
2ª rodada
22/6 São Petersburgo
22/6 Kazan
12h - Camarões x Austrália
15h - Alemanha x Chile
3ª rodada
25/6 Sochi
25/6 Moscou
12h - Alemanha x Camarões
12h - Chile x Austrália
Aos 23 anos, é o capitão e um dos mais experientes da equipe que disputará a Copa das Confederações. Ele e o zagueiro Mustafi são os únicos que estavam no grupo campeão em 2014.
Joachim Low, 57 anos
Auxiliar de Klinsmann na Copa de 2006, assumiu o cargo logo após aquele Mundial.
Low deixou de fora da lista as principais estrelas, como Neuer, Boateng, Khedira, Kroos, Ozil, Muller e Reus. Mesmo assim, pela qualidade da geração atual, o time B alemão chega como um dos favoritos. Kimmich, Hector e Draxler são os únicos titulares. Eles se mesclam com bons reservas e jovens revelações da liga nacional.
Mesmo sem a força máxima, a virtude é a qualidade técnica do grupo. Alguns nomes já afirmados no futebol mundial, como o meia Julian Draxler, terão ajuda de jovens destaques da última temporada alemã, como o meia Demirbay, do Hoffenheim, e o atacante Timo Werner, do RB Leipzig.
A falta de entrosamento do time, que atuou poucas vezes junto, aliada à ausência de experiência internacional de alguns jogadores.
Jonas Hector, 27 anos (Colônia)
É um dos poucos titulares que foi convocado. Estreou pela seleção alemã depois do Mundial 2014 e rapidamente virou titular da lateral esquerda.
Timo Werner, 21 anos (RB Leipzig)
Marcou 21 gols no último Campeonato Alemão, defendendo o RB Leipzig, sensação da competição.
Lidera o Grupo B, com cinco vitórias em cinco jogos. Deve se classificar sem dificuldades.
Venceu a Copa do Mundo 2014, no Brasil
A seleção da Alemanha deve jogar um futebol ofensivo, mas usando também muito o contra-ataque. Um dos pontos fortes está no gol. Mesmo sem o titular Neuer, todos os três goleiros chamados (Ter Stegen, Trapp e Leno) são muito bons. O ponto fraco é o fato de a maioria dos jogadores não ter experiência atuando pela seleção.
Christian Kynast, jornalista do grupo editorial Axel Springer.
Favorito
O atacante do Arsenal é o jogador que tem mais qualidade técnica e costuma ser decisivo.
Juan Antônio Pizzi, 49 anos
O argentino naturalizado espanhol substituiu Jorge Sampaoli em 2016 e já conquistou a Copa América Centenário.
O Chile mantém a base que venceu a Copa América 2015 e a Copa América Centenário em 2016. O time é bastante ofensivo e joga em um 4-3-3, marcando bastante a saída de bola adversária.
A velocidade do ataque. As jogadas começam com rapidez pela qualidade no passe dos volantes Díaz, Aránguiz e Vidal. Alexis Sánchez desequilibra pela esquerda. Vargas, ex-Grêmio, joga centralizado.
A defesa não tem jogadores altos e, por vezes, se torna frágil na bola aérea defensiva.
Arturo Vidal, 30 anos (Bayern de Munique)
Há dez anos jogando em alto nível na Europa, é um ponto de equilíbrio no meio-campo chileno.
Eduardo Vargas, 27 anos (Tigres-MEX)
Jogando centralizado, o ex-atacante do Grêmio foi o artilheiro da Copa América em 2015, com quatro gols, e também em 2016, com seis gols. Nas Eliminatórias, já marcou quatro.
O Chile está em quarto lugar nas Eliminatórias da América do Sul, com 23 pontos, mesma pontuação do Uruguai, que está em terceiro.
Venceu a Copa América 2015, disputada no Chile.
O Chile tem muita velocidade pelos lados e joga em torno da figura de Alexis Sánchez. Junto com Vidal, é o jogador mais importante. Os defensores têm qualidade para sair jogando. O volante Marcelo Díaz quase sempre inicia as jogadas, à exceção dos contra-ataques, quando Bravo lança a bola direto para Sánchez.
Rodrigo Fuentealba, jornalista do diário El Mercurio
Corre por fora
Hugo Bross, 65 anos
O treinador belga tem um currículo vencedor no seu país e treina Camarões desde fevereiro de 2016.
Ao contrário das gerações de Roger Milla e Samuel Eto'o, o time atual não tem grandes estrelas. O time é muito jovem e não joga bonito. Camarões aposta em um futebol objetivo, que prioriza o resultado.
A capacidade física da equipe. Além de muito rápidos, os jogadores de Camarões dificilmente diminuem o ritmo no segundo tempo. Várias vitórias são decididas nos minutos finais das partidas.
Quando a estratégia coletiva não funciona, faltam qualidade técnica e individualidades que desequilibram. Na Copa Africana de Nações, por exemplo, o artilheiro da equipe foi o zagueiro Ngadjui, com apenas dois gols.
Christian Bassogog, 21 anos (Henan Jianye-CHI)
É um atacante que atua aberto pela ponta direita. Foi negociado recentemente com o futebol chinês e é um dos jogadores africanos mais bem pagos do mundo.
Olivier Boumal, 27 anos (Panathinaikos-GRE)
Meia canhoto de muita habilidade, que se destacou nesta temporada no futebol grego. É um dos poucos atletas do time titular que não participou da Copa Africana de Nações.
Vincent Aboubakar, 25 anos (Besiktas-TUR)
Centroavante titular, fez o gol do título da Copa Africana de Nações, aos 43 minutos do segundo tempo.
Está em segundo lugar do Grupo B, com apenas dois pontos em dois jogos, a quatro da líder Nigéria. Como só o primeiro lugar se classifica, o risco de ficar fora do Mundial é alto.
Venceu a Copa Africana de Nações, no Gabão, em fevereiro de 2017.
O ponto forte da seleção de Camarões é o coletivo. A equipe prioriza a força em relação à técnica, e não joga bonito como outros países da África. Na Copa Africana, a equipe não era favorita e acabou ganhando de seleções mais poderosas, como Senegal, Gana e Egito.
Mussa Baldé, jornalista da Agência Lusa, em Guiné-Bissau
Corre por fora
Ange Postecoglu, 51 anos
Nascido na Grécia, o treinador tem uma longa história no futebol australiano e comanda a seleção nacional desde 2013.
Desde que assumiu o cargo, Postecoglu arma um time muito ofensivo e não abre mão de pontas bem abertos. Preocupado com os gols sofridos pelos lados, mudou recentemente o esquema do 4-3-3 para o 3-4-3.
O ataque é eficiente pelos lados. O meia Tom Rogic cria muitas jogadas e os ponteiros Robbie Kruse e Matt Leckie são perigosos.
A defesa sofreu muitos gols pelas laterais nas Eliminatórias. Como faz pouco tempo que Postecoglu mudou o esquema, ainda é cedo para dizer se a estratégia deu certo.
Tom Rogic, 24 anos (Celtic)
Campeão escocê invicto pelo Celtic, Rogic é um meia com qualidade técnica e criatividade.
Aaron Mooy, 26 anos (Manchester City)
Atuou na última temporada pelo Huddersfield Town, que subiu para a Primeira Divisão na Inglaterra. Joga como ala pela direita e é muito perigoso nas bolas paradas.
Tim Cahill, 37 anos (Melbourne City)
Um dos melhores jogadores da história da Austrália, o veterano só não é titular absoluto porque não tem mais condições físicas de atuar em todos os jogos. Mesmo assim, é o goleador da equipe nas Eliminatórias, com nove gols.
Está em terceiro lugar no Grupo B, atrás de Japão e Arábia Saudita. Hoje, dependeria de duas repescagens para se classificar para o Mundial.
A Austrália compete pelo continente asiático e, em 2015, venceu a Copa da Ásia.
Com o 3-4-3, o time passou a jogar melhor, mas ainda há muito o que melhorar. Os times de Postecoglu sempre jogaram para frente e são ofensivos. A bola parada é um ponto forte. Quando Cahill está fora, no entanto, marcar gols com bola rolando vem sendo um problema.
Con Stamocostas, jornalista da revista Four Four Two, em Sydney
Figurante
A Copa das Confederações surgiu com outro nome em 1992. Na época, era a Copa do Rei Fahd, disputada, em suas duas edições, na Arábia Saudita. Desde que a Fifa assumiu a organização do torneio e rebatizou-o de Copa das Confederações, em 1997, a Seleção Brasileira esteve sempre presente. É, também, a recordista de títulos, com quatro conquistas. Mas justamente na edição que pode marcar a despedida da competição — a Fifa estuda terminar com o ensaio para a Copa depois de 2017 —, o Brasil não estará lá. Veja abaixo algumas curiosidades da história vencedora do Brasil no torneio.
Em 1997, na Arábia Saudita, o Brasil passou por cima dos adversários com uma dupla de ataque que reuniu duas lendas: Romário e Ronaldo. Durante a competição, o baixinho ganhou a posição de Bebeto e, ao lado do Fenômeno, barbarizou no 6 a 0 da decisão contra o time da casa, com três gols para cada. Se os dois da frente eram espetaculares, o resto do time não ficava muito para trás.
Em 2005, outro show da Seleção, desta vez comandada por Carlos Alberto Parreira. Mesmo sem Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos, o Brasil contou com um inspiradíssimo Adriano para passar pela anfitriã Alemanha na semifinal e atropelou a Argentina com um 4 a 1 na decisão.
Certo de que seu emprego estava garantido, o técnico Emerson Leão fez experiências e testou jogadores na edição de 2001, disputada no Japão e na Coreia. Ficou com o quarto lugar e foi demitido no aeroporto, antes da volta.
Dois anos depois, Carlos Alberto Parreira comandou o time que perdeu para Camarões, bateu os Estados Unidos e empatou com a Turquia, resultados que o eliminaram já na primeira fase da competição.
Ronaldinho é, ao lado do mexicano Cuauhtémoc Blanco, o maior artilheiro da história do torneio, com
Com média de
A edição do Brasil, em 2013, foi recordista de público.
Batistuta
(Argentina, 1992)
Luis García
(México, 1995)
Romário
(Brasil, 1997)
Ronaldinho
(Brasil, 1999)
Robert Pirés
(França, 2001)
Thierry Henry (França, 2003)
Adriano
(Brasil, 2005)
Luís Fabiano (Brasil, 2009)
Fernando Torres (Espanha, 2013)