A transpiração está longe de ser o único efeito no organismo do sol forte e da temperatura alta. O corpo todo está sujeito a alterações quando faz muito calor. É uma boa ideia, por exemplo, introduzir alterações na dieta, para uma melhor adaptação:

– A alimentação deve ser mais leve neste período, com menor consumo de gordura e maior ingestão de fibras, verduras e legumes.  Também é importante ter cuidado com a produção e manipulação dos alimentos – observa Leonardo Martins Fernandez, chefe do serviço de emergência da Santa Casa.

Esta última observação é importante por causa do aumento do risco de intoxicação alimentar nos períodos de muito calor, provocado pela proliferação maior de bactérias.

 

Confira como o calor interfere na saúde do organismo:

Cabeça: Dores de cabeça podem ocorrer devido à dilatação dos vasos sanguíneos, mais frequente no calor. Tenha um analgésico à mão.

Rins: A perda de líquido pode provocar insuficiência renal. Tome ao menos dois litros de água por dia e fique atento à urina, que deve ter um tom amarelo-claro.

Extremidades: Podem inchar, pela vasodilatação, principalmente nos membros inferiores. Eleve os membros pelo menos 10 minutos, duas vezes ao dia.

Pele: Exposição excessiva ao sol pode provocar queimaduras e elevar a temperatura corporal.

Pressão arterial – É comum a queda da pressão, pois o calibre dos vasos sanguíneos aumenta, dando mais espaço para o sangue circular com menos pressão. Para normalizar, deite com os membros inferiores elevados.

Coração: Quem tem doença que predispõe à perda excessiva de líquidos pode sofrer arritmia.

Se a temperatura estiver elevada, é melhor não fazer atividade física.

 

SUA EXCELÊNCIA, A PELE

Calor é sinônimo de corpo à mostra. E todo mundo quer transpirar beleza, de preferência com um bronzeado de anúncio de cerveja. Mas o encontro entre pele à mostra e sol forte nem sempre produz esse resultado. Com frequência, acaba em vermelhidão, queimaduras,  bolhas, fungos e até mesmo câncer.

– O principal de tudo é não torrar a pele, não se expor demais sem protetor. Principalmente aqui no sul, onde há muita gente de origem europeia e o verão é muito curto. O pessoal não está acostumado e acaba tomando um torrão – alerta o dermatologista Sergio Celia.

 

Veja algumas informações essenciais para atravessar os dias tórridos com a pele em dia – e bonita:

Protetor solar: É preciso usar sempre. Deve ser aplicado meia hora antes da exposição e reaplicado a cada duas horas. Recomenda-se filtro 30. Caso haja histórico de câncer de pele na família, 50.

Horário: Recomenda-se evitar o sol entre as 10 e as 16h.

Guarda-sol: Existem alguns com proteção contra a radiação ultravioleta. Caso não disponha de um desses, prefira algum de lona grossa e cor escura. Ele vai bloquear melhor a radiação.

Alergias: Uma alergia típica da temperatura alta é a brotoeja. Para evitá-la, devem-se evitar lugares abafados e preferir roupas ventiladas. Compressas de chá de camomila ajudam a aliviar o problema.

Hidratação: Passar hidratante na pele é importante para evitar que ela fique seca, quebradiça e agredida, mas se a prática não for acompanhada de ingestão de líquidos (recomenda-se dois litros de água por dia), o hidratante não vai fazer efeito.

Bronzeado: Bronzeado não é algo para se conseguir em curto prazo. Tem de ser alcançado aos poucos – e com proteção.

Micoses: Um clássico dos dias de calor e mergulhar na praia ou na piscina e depois deixar a roupa de banho secar no corpo. Isso é ótimo – para quem quer ficar com fungos.

Insetos: Eles se reproduzem feito doidos quando a temperatura sobe. São insuportáveis em qualquer circunstâncias, mas em tempos de zika e dengue, existem precauções extras. Use repelentes.

Queimaduras e bolhas: Para quem tomou um torrão, compressas de água gelada ou chá de camomila são recomendadas. Não use pasta de dente, como recomendam alguns. No caso das bolhas, seja firme: nada de estourá-las.

 

Exercício físico

A atividade física é fundamental, mas vá com calma nos dias mais quentes. Para começar, não saia por aí correndo nas horas de sol forte. Opte pelo começo da manhã ou o final da tarde.

Lembre-se de que o gasto metabólico é proporcional à temperatura, com maior risco de desidratação e fraqueza, às vezes sem que a pessoa perceba. Leve um garrafa de água para o percurso e reduza a distância ou a intensidade a que está acostumado.

 

Sono

Bem-aventurados os que têm ar-condicionado no quarto, porque deles é o reino dos sonhos. Para quem não dispõe desse privilégio, restam as noites infernais e os dias como zumbi. Uma dica para amenizar o sofrimento é manter a casa hermeticamente fechada durante o dia, quando estiver fora, abrindo-a apenas a noite, quando o ar externo está mais fresco. Também funciona colocar uma bacia de água perto da cabeceira da cama.

 

Baixa umidade

O calor dos últimos dias tem sido acompanhado de uma condição preocupante, a baixa umidade do ar. Nesta semana, os índices chegaram a cair abaixo dos 20% em algumas localidades gaúchas, o que é qualificado como estado de alerta.

Quando o ar está muito seco, são usuais irritações na vias respiratórias, resultando em desconforto nos olhos, no nariz e na boca. Até para caminhar fica mais difícil, porque o fôlego acaba mais rápido.

 

Confira o que fazer para evitar complicações:

Entre 40% e 70% de umidade: Ideal

 

Entre 20% e 30%: Estado de atenção

— Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h

— Umidificar o ambiente com vaporizadores, toalhas molhadas ou bacias com água

— Permanecer em locais protegidos do sol

— Aumentar o consumo de água

 

Entre 12% e 20%: Estado de alerta

— Evitar exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h

— Evitar aglomerações em ambientes fechados

— Usar soro fisiológico para olhos e narinas

— Passar cremes hidratantes no corpo para renovar a umidade da pele

 

Abaixo de 12%: Estado de emergência

— Interromper qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h, como aulas de educação física e deslocamento a pé

— Evitar atividades que exijam aglomerações em recintos fechados sem umidificadores

— Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças,

idosos e hospitais

— Manter sempre uma garrafinha de água para a hidratação