TRANQUILO COMO UM LAGO

No dia 2 de fevereiro, ganhamos de presente do Leandro Leal, 46 anos, motorista da RBS há sete anos, dois coletes sinalizadores laranjas. Que homem! Foi nosso anjo da guarda. Foi zeloso, guardador e nos iluminou – iluminou mesmo, com os faróis do carro quando só a lua mal clareava os caminhos.

 

Decidimos pegar uma rota para o lado oposto ao mar. A ideia era conhecer as águas calmas, cristalinas e doces das lagoas do Litoral Norte, longe do Nordestão que sopra à beira-mar. Localizada em Pinhal, Cidreira e Osório, mesmo não tendo a mesma estrutura da beira da praia, a região das lagoas tem um público familiar cativo que busca tranquilidade.

Passamos pela ponte que divide Tramandaí e Imbé e seguimos pela RS-786 até alcançar a Estrada do Mar. Depois de uns trinta quilômetros, chegamos a uma estrada de chão em bom estado. Cruzamos por muitos sítios e lagos privados, além de pousadas que se instalaram na região. Motoristas que passam pelas rodovias do Litoral Norte certamente não imaginam que a poucos quilômetros existem ovelhas, gado, cavalos e agricultura familiar.

Enfim chegamos à Lagoa do Peixoto, uma das mais frequentadas do Litoral Norte. Não havia nem 12 pessoas no local. O sol começava a se pôr, formando um púrpura vibrante no céu. Quatro jovens intercalavam passeios em um jet-ski, enquanto ouviam os maiores hits do verão. Depois de conseguir evitá-las durante todo o veraneio, finalmente ouvi canções como Meu Pau te Ama, Bumbum Granada e Solteiro de Novo. O volume com que rompiam a tranquilidade interferia um tanto na contemplação da beleza do local, que realmente é formidável. Quando os jovens foram embora, o silêncio tornou tudo curiosamente íntimo. A natureza e a calma acentuavam a vontade de estar vivo.

62,3km

percorridos

3h21

pedalando

3º dia

de viagem

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