ASSADURAS E ESTRADA PERIGOSA

Na sexta-feira, 6 de janeiro, encontrei com Jefferson no hotel para tomarmos café da manhã. Antes de me desejar um bom dia, ele agradeceu:

 

– Muito obrigado, Hipoglós!

 

Depois de 147 quilômetros percorridos em dois dias, Jefferson começava a sofrer com algumas assaduras. Descobri que ele havia pedalado com cuecas, um erro frequentemente cometido por ciclistas iniciantes. Fica a dica: nada de roupa íntima com bermudas ou com calças especiais para pedalar, principalmente em trajetos mais longos. Elas são feitas para serem usadas sem nada por baixo. Segundo o site Projeto Pedalando, o tecido interno do forro tem tratamento antibactérias, o que o torna mais higiênico do que roupas íntimas, impedindo a proliferação de fungos e bactérias.

Problemas de assaduras solucionados, partimos às 12h30min do Chuí rumo a Santa Vitória do Palmar, com direito a uma parada em Hermenegildo. Na BR-471, o primeiro choque. Saíam de cena as manifestações de incentivo dos uruguaios e um acostamento em condições regulares para pedalar; entravam buzinadas barulhentas de caminhoneiros e um asfalto esburacado.

 

A parte interessante do percurso fica por conta do parque eólico de Hermenegildo, com suas turbinas, popularmente conhecidas como cata-ventos. Mas, atenção, nada de descuidar da estrada. Melhor parar a bike na RS-833, que leva à orla, e apreciar a paisagem com segurança.

16,3km

percorridos

1h00

pedalando

3º dia

de viagem

PÔR DO SOL INESQUECÍVEL

Em Hermenegildo, a ideia era descansar um pouco, tomar um banho de mar e renovar as energias para os próximos desafios. Mas não deu praia.

 

Como explicou reportagem de ZH no último fim de semana, a gigantesca ressaca de outubro do ano passado alterou a morfologia litorânea do Estado e retirou toneladas de sedimentos da orla, deixando as dunas mais estreitas e favorecendo o avanço do mar em pontos localizados das praias. Hermenegildo foi um dos locais que mais sofreram com o fenômeno – a água ocupou cerca de 10 metros da antiga faixa de areia.

 

Após o almoço, partimos para Santa Vitória do Palmar, onde dormiríamos naquela noite. Por lá, descobrimos a existência de um porto, que fica a uma distância de oito quilômetros do centro da cidade. Sem muitas expectativas, decidimos dar uma conferida – tivemos uma grata surpresa. Fechamos a primeira parte de nossa empreitada com um belo pôr do sol às margens da Lagoa Mirim, após 210 quilômetros pedalados em três dias.

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54,9km

percorridos

02h57

pedalando

3º dia

de viagem

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