1989 1994 1997 2001 2016

Uma alegria represada por 15 anos, ou quase 5.400 dias, inundou a Arena na noite de ontem.

Ao empatar em 1 a 1 o Atlético-MG, gols dos equatorianos Bolaños e Cazares, o Grêmio sagrou-se pentacampeão da Copa do Brasil, marca que é exclusivamente sua e o converte no maior vencedor da história da competição. O primeiro título da era Arena garante vaga na Libertadores da América e habilita o clube a deixar para trás um período de desconfiança e frustração. Um final de ano perfeito.

A emoção começou antes do jogo, com as justas homenagens à Chapecoense. O minuto de silêncio, ouvido em silêncio absoluto e valorizado por um solo de corneta, fez chorar boa parte dos mais de 55 mil torcedores presentes.

No primeiro terço da partida, só a torcida do Grêmio jogou. Ao perceber o nervosismo do time, ela passou a cantar com força, transmitindo a energia que parecia faltar dentro do gramado. Apesar do seu gigantismo, a Arena converteu-se em caldeirão e virou a aliada que os jogadores precisavam.

A vantagem mineira era traduzida em arremates. A dois minutos, Fábio Santos ergueu da esquerda e Júnior Urso assustou o estádio com seu cabeceio. Aos sete e 11, Lucas Pratto e Luan arriscaram de longe, com chutes rasteiros e quase iguais. Três conclusões contra nenhuma do Grêmio. O que, a rigor, não surpreendia, já que era permitido ao time de Renato Portaluppi administrar a vantagem trazida do primeiro jogo.

Só aos 17 minutos, numa bola mal recuada, o Atlético-MG deu espaço para o chute de Luan, que foi desviado pela defesa.

Aos 19, sim, uma chance real. Com Douglas, em cobrança de falta, que passou próxima da trave. Foi a senha que despertou a equipe. A partir de então, voltou a habitual troca envolvente de passes e as penetrações em velocidade, marcas registradas do time. Já se percebia, ao mesmo tempo, falta de coordenação do adversário.

O Atlético-MG só voltaria a dar sinal de vida no cabeceio de Robinho, a 29. Mas recebeu uma vigorosa resposta no chute de Everton, defendido por Victor, em jogada criada por Ramiro. Everton que, após passe de calcanhar de Douglas, desperdiçaria a chance mais cristalina do primeiro tempo, aos 39 minutos, ao ficar sozinho na frente de Victor e permitir a defesa do goleiro.

Com o jogo sob controle, os 45 minutos finais se anunciavam bem menos tensos para o Grêmio. Os cantos da torcida, que antes serviam para animar o time diante de uma inesperada pressão, agora eram uma pura manifestação de alegria com o desfecho feliz da noite. Mera questão de tempo.

O Atlético-MG já tinha Maicosuel, colocado no lugar de Júnior Urso, mas também ele, como Pratto e Robinho, tinha na dupla formada por Geromel um obstáculo insuperável.

Ao mesmo tempo, os ataques se sucediam. O primeiro a concluir foi Edílson, por cima, em passe de Ramiro. Depois, Luan tentou por cobertura. Robinho, apático, errou chute de fora da área e foi vaiado. Sem forças, o Atlético-MG não fazia nem metade da tarefa que lhe cabia para tentar reverter a vantagem. Um dos melhores em campo, Ramiro ainda teria um gol anulado por impedimento antes de ser substituído, sob aplausos, por Jailson. A vitória veio aos 43, com Miller Bolaños, aproveitando rebote de jogada feita por Everton. A Arena estremeceu. Com o título na mão, a torcida ainda presenciou o gol mais bonito da história da Arena. Cazares, da intermediária, chutou como se fosse Pelé. E fez o gol que nem Pelé fez. Empate de 1 a 1.

Choro, risos e cantos se misturaram nos minutos finais do jogo, fazendo tremer o concreto do estádio. De novo na rota dos títulos, o Grêmio abriu caminho para uma celebração que se estendeu pela madrugada. Um mais do que justo pentacampeão.

Foto: Fernando Gomes, bd, 07/12/2016

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