Foto: Juan Mabromata, AFP

Renato, o comandante

Após o empate em 1 a 1 com o Novo Hamburgo, o quarto consecutivo no Gauchão, Renato Portaluppi constatou que seu time poderia sofrer de problemas físicos. Habituado, em seus tempos de ponteiro-direito, a emendar noitadas com treinamentos, ele colocou-se na pele dos jogadores solteiros e decidiu impor mais horas de repouso. Sob a alegação de que "a carne é fraca", anunciou que, a partir do jogo seguinte, contra o Juventude, a concentração seria antecipada. Ninguém teve coragem de reclamar.

 

O episódio é um dos tantos que evidenciam a liderança do treinador sobre os seus comandados. Os quais aceitam com naturalidade frases que, para muitos, carregam algo de arrogante:

 

– O treinador de futebol precisa ter qualidades. Uma, é ser gestor. Eu, graças a Deus, entendo demais de futebol e sou um grande gestor e motivador.

 

Passados 34 anos do primeiro título da Libertadores, do qual foi a maior estrela, Renato voltou como um comandante amadurecido para abrir o caminho do tri.

 

Seu sucesso não é só fruto de carisma ou da naturalidade com que transita por todas as áreas do clube do coração. A qualidade como estrategista, em uma afinada parceria com o auxiliar Alexandre Mendes, revelou-se em episódios como preparar o terreno para o surgimento e afirmação de Arthur, na troca de Marcelo Oliveira por Bruno Cortez na lateral esquerda, na fixação de Jailson como volante titular e em perceber que Léo Moura não poderia ser um bom substituto quando Luan ficou fora por lesão.

 

– Meu objetivo sempre foi conquistar a América como treinador. Queria terminar o ano com mais uma faixa no peito – emociona-se Renato.

 

Agora, com a faixa de campeão da América no peito e reafirmado como o mais reluzente herói da história do clube, quem poderá dizer que é exagerado seu pedido para ganhar uma estátua na Arena?

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TEXTOS

Luís Henrique Benfica

Marco Souza

EDIÇÃO

André Baibich

Diego Araújo

DESIGN

Amanda Khal de Souza

Melina Gasperini