Luan, o craque

O sabor de uma conquista costuma apagar todos os momentos de incerteza enfrentados até se chegar a ela. Isso vale muito para Luan, 24 anos, o referencial técnico da equipe tricampeã da Libertadores. A sucessão de fatos vividos nesta temporada comprova. Tudo começou pela demora em marcar o primeiro gol. Ele só saiu na estreia do Grêmio na Libertadores, dia 9 de março, contra o Zamora, o segundo da vitória por 2 a 0. Até então, por conta de atuações discretas, uma ou outra vez alguns murmúrios partiam das cadeiras da Arena contra o atacante.

No início de setembro, veio a lesão muscular que retirou o jogador de toda a fase de quartas de final. Luan machucou-se dia 7, logo após retornar da Seleção Brasileira, e só voltou a campo dia 20, ainda assim nos minutos finais da vitória contra o Botafogo. Esse período foi marcado por uma intensa discussão sobre um possível erro no diagnóstico. Ao mesmo tempo, pairava, como pano de fundo, a arrastada discussão sobre a renovação de contrato, que culminaria com final feliz, em 1º de novembro.

– É do meu caráter, sempre deixei claro desde o início da negociação que iria renovar. Minha intenção nunca foi sair de graça – comentou.

Por não se tratar de um jogador comum, Luan pagou com juros qualquer tipo de contestação. Recuperado, fez dois gols contra o Barcelona, em Guayaquil, e, junto com Edilson, praticamente antecipou a chegada às finais.

Na decisão, a prova de que Luan é diferente. Em meio ao caos de La Fortaleza, da pressão da torcida, das demonstrações de virilidade típicas de uma final da Libertadores, o talento. Passo a passo, como se flutuasse em campo, costurou caminho até a área do Lanús e finalizou com a frieza que só um craque teria em um jogo tão decisivo. Fez o segundo gol, em um símbolo deste Grêmio de 2017 que, mais do que entrega, raça e amor à camisa, sabe mesmo é jogar bola.