Foto: Félix Zucco

Fernandinho, o predestinado

Boa parte da torcida o queria fora do time. A cada drible que errava, cada passe torto, murmúrios de insatisfação ecoavam pela Arena. Não faltava quem pedisse Everton no lugar que Pedro Rocha preencheu tão bem até o meio do ano. Mas Renato resistiu aos pedidos. Acreditou em Fernandinho.

 

Assim como o torcedor gremista acreditou quando ele roubou a bola de Gómez, na linha do meio-campo, e partiu em uma corrida desenfreada, com apenas o goleiro Andrada a sua frente na decisão contra o Lanús. Não houve tricolor que não tenha percorrido aqueles metros junto com Fernandinho, empurrando-o à frente, suplicando que fosse parar nas redes. E parou.

 

A cavalgada do camisa 21, a habilidosa perna esquerda a conduzir a bola em velocidade e com confiança inabalável, passará para o rol de imagens icônicas do Grêmio. Junto com os dribles secos de Renato em desnorteados alemães na final do Mundial de 1983, ou com a bomba de Dinho na cobrança de pênalti que deu ao clube o bi da América.

O tricampeonato está repleto de histórias de redenção. De Jael e de Cícero. De Grohe. E, acima de todos, de Fernandinho.

 

De um jogador que não se intimidou com o peso de substituir o herói da conquista da Copa do Brasil. Que resistiu à sombra de Everton, peça importante do banco de reservas que marcava gols e auxiliava o time, ameaçando sua titularidade. Mas, para o técnico, em nenhum momento houve dúvida.

 

A confiança foi recompensada nos passos largos e seguros que percorreram meio campo em La Fortaleza, tirando da garganta dos gremistas um urro de celebração capaz de silenciar para sempre qualquer crítica que Fernandinho recebeu.

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Luís Henrique Benfica

Marco Souza

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André Baibich

Diego Araújo

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Amanda Khal de Souza

Melina Gasperini