Três vezes América

 

LUIZ ZINI PIRES

lui.zini@zerohora.com.br

 

Três vezes em 34 anos, entre 1983 e 2017.

 

“Soy Loco por Tri America”. “Soy Loco por Tri”

O verso adaptado da canção anos 1960 de Caetano Veloso foi celebrado pela torcida gremista antes da façanha na Argentina. Girou as cadeiras da Arena em diferentes e tensas noites de gritos de gols em espanhol e português. Saiu do Humaitá como uma mensagem. Virou hit tricolor até em mesas de bares de luzes azuis. Comemoração copeira requer brindes com copos gelados da uruguaia Norteña.

 

“Soy Loco por Ti America” acompanha várias gerações e mistura símbolos e sensações. O gremista fez da América a sua música preferida. Canta hoje até perder a voz.

 

Tri era uma gíria da década de 1970. Brasil, tricampeão do mundo. Antes de conquistar o planeta, bem antes, é preciso marcar território, dominar 10 países da América do Sul. Fincar bandeira entre a Província de Buenos Aires e Guayaquil.

 

Tocar na América três vezes significa para os brasileiros estacionar nas mesmas e antigas vagas de Santos, do Rei Pelé, e São Paulo, terceiro time mais popular do pais e símbolo do Estado mais rico. Os dois paulistas são tricampeões da Copa Libertadores da América. Não há nada acima. O Grêmio está entre iguais. Alcançou o topo. Ordem é avançar.

 

Fundado em 1903 e campeão do mundo em 1983, o número três é simbólico. Sugere dois cenários: o começo e a glória. Como ninguém nasce duas vezes, a busca por dias melhores é incessante. Conquistar o mundo uma vez nada mais é do que obrigação de um time que traz nas veias, grossas e que mapeiam camisa tricolor, o DNA da vitória. Voltar ao topo é desafio diário. Meta. Destino. Jogar é disputar. Disputar é ganhar.

Tudo fica mais perto com um tricampeonato da Copa Libertadores da América.

 

O gremista é louco por ti, América.