LUIZ ZINI PIRES
lui.zini@zerohora.com.br
Os gremistas não sabiam. Mais de 55 mil torcedores acessaram a Arena na noite iluminada de 7 de dezembro de 2016, outros milhões buscaram o jogo decisivo contra o Atlético-MG conectados à tela gigante da TV ou ao minimalismo dos aparelhos móveis, em casa, nos bares, nas ruas, nos carros. O Grêmio ergueria horas depois, antes dos ponteiros alcançaram a meia-noite e a festa cruzar uma madrugada sem fim, a quinta Copa do Brasil.
O pentacampeonato seria título único na época. Festejado como se o mundo azul, preto e branco não tivesse um amanhã. O melhor estava por vir. Nem o mais fanáticos dos tricolores poderia imaginar que a sua casa, quatro anos de vida, abraçaria outro encontro extraordinário, os primeiros 90 minutos dos 180 decisivos do tricampeonato da América, 11 meses depois. Os gremistas não sabiam.
Como se fosse ímã, a Copa do Brasil atraiu a Copa Libertadores da América. Como lembra a cultura do futebol, taça chama taça. Título busca título. Volta olímpica vicia.
O Grêmio renasceu com a façanha nacional. Primeiro com Marcelo Grohe, um símbolo. O goleiro segurou um pênalti de Weverton, do Atlético-PR, quando a causa parecia perdida ainda numa fase preliminar. O reserva Bolaños entrou e encontrou o gol das faixas na última parte do jogo final. Se Luan foi a reserva técnica, Walace, um gigante no meio-campo, Maicon, um capitão nos moldes gremistas, Pedro Rocha, um dínamo, não há como negar que o futebol não é um esporte coletivo. Não é possível nomear um vencedor. Os gremistas são mais de 6 milhões.
Quando Renato, um dos maiores símbolos gremistas de todos os tempos, capaz de ofuscar colegas de chuteiras, treinadores e dirigentes em mais de um século, sugeriu que a Copa do Brasil era um recomeço, raros leram direito a declaração do projeta da camisa número 7. Que a fome de títulos precisava superar fronteiras foi a mensagem. Quando o seu time começou a desfilar como o melhor do país em 2017, a lembrança do título de 2016 ganhou novo GPS. mostrou que um caminho havia sido traçado. Todas as setas apontavam para a Libertadores.
Os jogadores reverenciados no ano passado eram os mesmos saudados na nova temporada - alguns com mais experiência, com melhor atitude, alguns novos, recém chegados aos titulares. Entre 11, o técnico da Seleção, Tite, coloca os olhos em quatro estrelas: Grohe, Geromel, Arthur e Luan.
Durante quase 5,4 mil dias, ou 15 anos, o torcedor gremista clamou por um troféu, os mesmos que chegaram em cascata nos anos 1990. Na noite de 7 de dezembro de 2016, uma porta foi reaberta na história do clube. Passou a Copa do Brasil e entrou a Libertadores. O melhor time do Brasil de 2017 não enxerga mais fronteiras.
Foto: Fernando Gomes, bd, 07/12/2016
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Veja a campanha do Grêmio na Copa do Brasil 2016
Confira o especial publicado em ZH sobre o pentacampeonato tricolor
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