As turnês no Brasil

anos 90

2001

2010

2011

2014

A relação do Guns N' Roses com o Brasil não poderia ter começado de forma mais sui generis. A banda estava no período de transição do underground para o mainstream (e estreando ao vivo o tecladista Dizzy Reed e o baterista Matt Sorum) quando veio fazer uma espécie de esquenta da turnê Use Your Illusion. Tocando no Rock in Rio II nos dias 20 e 23 de janeiro, Axl Rose e sua gangue implodiram o Maracanã com um set list baseado nos seus dois discos já lançados, Appetite for Destruction (1987) e Lies (1988) — além de darem provinhas generosas de músicas dos ainda então inédito Use Your Illusion I e II. Depois do lançamento dos álbuns, em setembro daquele ano, a banda se consagraria como uma das maiores potências do rock mundial e continuaria a rodar pelo mundo. Agora com um set que privilegiava os novos trabalhos — mas já mostrando sinais de desgaste internos — o Guns voltaria ao Brasil para mais três shows, desta vez em dezembro de 1992: 10 e 12, em São Paulo, e 13, no Rio.

Já com Chinese Democracy lançado, o Guns retornou de vez para a estrada. E o Brasil, claro, estava na rota, incluindo cidades que nunca haviam recebido a visita da banda, como Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre — além de Rio e São Paulo. Na capital gaúcha, o grupo estava marcado para tocar no dia 16 de março, mas só subiu ao palco montado no estacionamento da Fiergs no meio da madrugada do dia seguinte, com quase cinco horas de atraso. A demora — até hoje mal explicada e que rendeu processos judiciais contra os organizadores — compensou mais pela nostalgia e ineditismo do evento do que pelo resultado final, prejudicado pelo som mal equalizado que quase não chegava até os últimos fãs. Para quem nem era nascido quando a banda já não existia, ouvir a execução ao vivo de November Rain era indescritível — mesmo que o guitarrista subindo no piano durante o solo não fosse Slash.

Com apenas Axl Rose da formação original e sem nenhum disco de estúdio lançado desde 1993, o Guns N' Roses voltou à ativa em 2001. E seu primeiro grande palco foi novamente o Rock in Rio, onde tocou no dia 14 de janeiro. O esquema de repertório também remeteu aos primeiros shows no festival, com a banda tocando um apanhado de músicas de seus álbuns já lançados e algumas composições do então inédito Chinese Democracy. Apesar do saudosismo e da expectativa (ou até por conta disso tudo), a apresentação pôde ser considerada, se muito, correta, com uma série de problemas técnicos e uma banda pouco entrosada.

Rock in Rio dá, Rock in Rio toma. Na edição de 2011 do festival, a banda estava escalada para fechar os trabalhos, no dia 2 de outubro, quando promoveu um dos seus maiores fiascos. Axl Rose e seu grupo pisaram no palco pouco antes das 3h ao lado da equipe de limpeza do evento, que tentava em vão secar o lugar, completamente alagado após um chuva torrencial. Aparentando má vontade e desconexão, o grupo apresentou um show frio, burocrático, com Axl saindo e voltando do palco a todo momento — ausências que esfriavam ainda mais o público que já sentia o cansaço. Um dos poucos pontos positivos foi a execução da épica Estranged, que o Guns não tocava desde 1993. Mas não foi suficiente para salvar o espetáculo do naufrágio, que gerou troca de acusações entre Axl e a organização do Rock in Rio pela imprensa e deve ter encerrado um dos mais duradouros casamentos do mundo da música.

Após o fiasco do Rock in Rio em 2011, parecia que não veríamos mais o Guns N' Roses tão cedo no Brasil. Mas eis que em 2014 eles saem novamente em turnê, desta vez comemorando os 25 anos de Appetite for Destruction. Passando por nove capitais (incluindo a estreia no Nordeste do país em Recife e Fortaleza), Axl e sua nova versão do Guns tocaram em Porto Alegre no dia 3 de abril. Novamente a banda tocou na Fiergs, trocando o estacionamento por um pavilhão coberto, mas a situação não melhorou. Quem não madrugou penou com a péssima organização do evento, que montou filas incapazes de colocar todos os pagantes para dentro do pavilhão antes do início do show. Resultado: as últimas fileiras não viam ou ouviam nada, muito por conta da acústica do local, do palco baixo e das colunas de sustentação do pavilhão. Pelo menos o atraso foi pouco, e o set list incluiu canções pouco executadas, como I used to love her.

O Guns N' Roses é visitante frequente do Brasil. Desde os anos 1990, a banda toca por aqui, em shows que vão de catarses memoráveis a tragédias completas. Confira a seguir as passagens do grupo por terras brasileiras.

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