Mateus Bruxel

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A 62ª Feira doLivro de Porto Alegre tem diminuição de estrutura, mas mantém programação de qualidade

Alexandre Lucchese

alexandre.lucchese@zerohora.com.br

AFeira do Livro de Porto Alegre perdeu tamanho, mas não qualidade. É o que defende a Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), entidade que organiza o evento, que volta à Praça da Alfândega entre 28 de outubro e 15 de novembro. Por conta da recessão econômica, o espaço ocupado no centro da Capital será menor. Porém, a programação não se mostra inferior ao que foi visto em edições anteriores.

A agenda de bate-papos, palestras e sessões de autógrafos do evento conta com a participação de consagrados escritores nacionais e estrangeiros, como o israelense David Grossman, a cubana Teresa Cárdenas, a sul-africana Futhi Ntshingila, o mexicano Jorge Volpi e o português Valter Hugo Mãe. Entre os brasileiros, destacam-se os gaúchos Leandro Karnal e Adriana Calcanhotto, os cariocas Mary Del Priore e Eucanaã Ferraz e o pernambucano Cid Benjamin. Com grande capacidade de atrair jovens leitores, nomes como Lucas Silveira (da banda Fresno), Leonardo Sakamoto e Thalita Rebouças também estão confirmados.

– Em matéria de programação, de construção da nossa cultura, a Feira nunca esteve tão forte. Ela foi enxugada de forma física, econômica, mas, em termos de qualidade e densidade, está cada vez maior – afirmou Marco Cena Lopes, presidente da CRL, ao divulgar a agenda do evento.

Por conta da redução de despesas em estrutura, a área internacional da Feira migrará pela primeira vez para dentro do Memorial do Rio Grande do Sul. No interior do mesmo prédio ficará também o estande do Arquipélago dos Açores, território escolhido para ser o homenageado do evento neste ano. Uma comitiva com poetas, críticos, pesquisadores, roteiristas e cronistas açorianos deverá circular pela Praça da Alfândega, totalizando nove integrantes. Já a área infantil e juvenil, que por muitos anos ocupou o Cais do Porto, seguirá sobre a Alameda da Sepúlveda, como nas edições mais recentes.

Sobre a escolha dos participantes que vão compor as 170 mesas de debate desta edição, Jussara Rodrigues, responsável pela programação, explica que há um equilíbrio entre reverenciar grandes escritores, mas também ajudar a divulgar novos talentos:

– Vamos celebrar os nomes do passado, com homenagens a autores locais e clássicos, debater temas do presente e projetar o futuro da nossa literatura e da nossa sociedade por meio dos livros.

Para Cíntia Moscovich, patrona desta edição, o tom da Feira neste ano será mesmo de celebração:

– Será uma Feira do Livro de muita cerveja. A gente quer se divertir muito. O livro é vida. Nada impede que, com os livros, a gente se divirta e tenha ainda mais vida.